Quem não chora
Não ama
Deus ajuda
Mas depois julga
Quem tudo quer
Nada escolhe
Água morna
À pedra juraTanto faz
O tempo que dura
Um dia reaça
No outro um ditador
Em um dia passa
No outro renova a dor
Para bom entendedor
Meia palavra faltaPara bom criador
Meia palavra sobra
Para bom enganador
Meia palavra diz
Para bom poeta
Meia palavra
é poesia concreta
Sua boca adoçe
Águas passadas
Não movem futuros
Uma andarilha só
Não fazPasseata
Tudo que não marca
Engoda
Mudam-se os tempos
Surgem as tempestadesMudam-se as crenças
Mudam-se as divindades
Não há mal que o tempo não dure
Não há verde que o tempo não madure
Coleciona vontades