domingo, 24 de agosto de 2014

EsCUtológico

Comeu o prato que cuspiu
Cuspiu o que comeu no prato
No prato, cuspiu e comeu
Comeu cuspe no prato
Cuspiu o prato que comeu
Comeu e cuspiu o prato
O prato cuspido no prato que comeu
Come cuspe e comeu no prato
Prato cospe comida
Cuspiu e comeu o prato cuspido
Comeu comida no prato e cuspiu
Comida no prato que cuspiu
Cuspiu no cu e o comeu no prato
Comeu o prato no cu cuspido
Comeu o cu no prato e cuspiu
Cuspiu o cu no prato que comeu
No prato comeu cuspe do cu
Cu comido no prato cospe
Cuspiu no prato que comeu com o cu
Comeu no prato e cuspiu o cu na comida
Cuspiu o prato no cu e comeu com cuspe
No cu comeu o prato cuspido
EsCutológico
 
 

sábado, 9 de agosto de 2014

BOI VERDE


Um boi verde
Pasmado
Um boi pasto
Um boi pesto
Um boi peste
Um boi verde
Estranho e estranhado
Um boi verde
Tolerante e tolerado
Na boiada caminha
Olha perplexo
Os bois brancos, pretos
Marrons e malhados
O boi boia
O boi olha
As imagens e não vê seu reflexo
O boiola
O boi chora
Mas não pisca
Mas não pasta
O boi na pista
Não amadura
O boi armadura
O boi vegetariano
O boi churrasco
O boi tempero baiano
O boi tempo
O boi vento
O boi sempre atrasado
O boi lento
O boi leitor
O boi toque
O boi entorpecido
O boi utopia
O boi empatia
Boi antipático
Boi patético
Parassintético
O boi paraplégico
O boi verde
Mais uma cabeça na boiada
O boi vê mas não enxerga nada
O boi daltônico
O boi Dante
O boi com peso de elefante
E alma de borboleta
O boi bucho
O boi hetéro
O boi bicha
O boi bi
O bobinho
Óbolo
O boi duende
O boi doente
O boi anormal
O boi excêntrico
O boi azeitona
Exprimido até seu azeite
Óh boi , aceite
A vida no curral
Olhe a boiada
Olhe para cada boi normal
Olhe até que a vida de boi
Lhe seja natural
Boi verde natureza
Preserve o verde
Óh boi fecundo
Teu curral é teu mundo
O boi que envelhece
O boi sêmen
O boi semente
O boi muge
O boi mente
O boi foge
O boi urge
Boi demente
Boi que fode
Boi meu
Boi eu
Boi verde, mas boi
Bom ver-te
Mas foi
Verdade
Vim dizer-te
Que agora é tarde
Amanhã é o abate
Mas como matar
O boi abacate?
Será que ele contamina?
Será que têm vitamina?
Será sagrado?
Estará sangrando?
Óh boi, verde
Viva a vida de boi
Que serás tolerando
Que serás notícia
Que serás adorado
Por toda peste da febre bovina
Tu serás culpado
Até que acorde boi escritório
Boi do bom sustento
Pai do bezerro
Do teu rebento
Com a vaca amarela
Que sempre pulou a janela
E não te deixou falar
Ela não sabe quem és tu
Tu não sabes quem é ela
Mas formam uma patota
Uma família de gado patriota
Verde, amarelo e bezerro
Boi do que nunca foi
Do desterro
Com o vácuo preenchido com capim
Tanto boi em você
Tanto boi em mim
Nosso boi pasto, pesto, peste
Nosso boi ocupado
Nosso boi desgarrado
Nosso boi sustento
Nosso boi suspeito, violento
Nosso boi curado
Boi de bons modos
Boi mudo, currado
Finalmente boi curral
Boi de cu igual
Quadrado
Cabeça de gado
Mas verde...
De boicotar
De boi voar
Boi voa?
Mas é boi verde!
Verde
Verdinho
Verdura
Ver dói
Não ver não cura
O boi verde
Voou
E assim foi
Ninguém
Nem boiada
Nem abatedouro
Nem vaca
Nem vida
Nem o boi
Nem nada
O amadurou
O boi verde
Esperança esperada
Verde ficou


(Foto: Nadav Bagim (AimishBoy)/ www.aimishboy.com/BBC)