segunda-feira, 28 de julho de 2014

Ditos reescritos


Quem não chora
Não ama


Deus ajuda
Mas depois julga

Quem tudo quer
Nada escolhe


Água morna
À pedra jura
Tanto faz
O tempo que dura

 
Um dia reaça
No outro um ditador

 
Em um dia passa
No outro renova a dor

 
Para bom entendedor
Meia palavra falta

Para bom criador
Meia palavra sobra

Para bom enganador
Meia palavra diz

Para bom poeta
Meia palavra
é poesia concreta

 
Que meu fino beijo
Sua boca adoçe

 
Águas passadas
Não movem futuros


Uma andarilha só
Não faz
Passeata


Tudo que não marca
Engoda

 
Mudam-se os tempos
Surgem as tempestades

Mudam-se as crenças
Mudam-se as divindades

 
Não há mal que o tempo não dure
 
Não há verde que o tempo não madure
 
 
Quem semeia intentos
Coleciona vontades


domingo, 20 de julho de 2014

SORTIDA


 
Perguntei a sorte
Qual caminho me leva ao meu norte?

A sorte é como um vento

Uma brisa que se esconde

Quando passa é um respiro

Quando a aspiro ela me responde
Não há norte, nem sorte, nem vento

Nada corre em ti

Tudo passa forte e lento

Não há onde, nem por que
Vá pelo caminho e ande

O trajeto não te retrai

A distância te expande
Tudo que de brisa há

De sorte, norte, sul ou azar
Tudo que nasce pra perecer

Amor, ódio, medo, compaixão
Todo o caminho e toda direção

Tudo é você