segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Emplacada


 
Me espreita de longe
Como alguém que se esconde
Como ato indevido

Não entende o que quer

Impelido a uma expectativa nula
Sou mais uma mulher

Não tão boa pra ser tua
Espera que eu volte

Como quem nada nota
Para dar-lhe um riso

Raso
Furtivo

Furtado
Me julga inadequada

Absurda
Descabida

Doida varrida
Tímida espalhafatosa

Sem Caetano que lhe cante
Cujas tetas não vistes

E os segredos não visitastes

Alguém que te espera bússola
Que grita uníssona por ti

Contudo e tudo há de existir
Na minha vida
Não há norte

Ainda que não note
Não és os sapatinhos vermelhos de Dorothy

Na bagunça do que sou
Não há porta do fundo

O espelho quebrou

Sou um chute nos ovários do mundo
Mas não sou um chute a gol