Os meus olhos folguedos
Que nada ao teu olhar inflame
Não deixarei de canto
Os teus olhos falsários
Nada ao meu olhar informam
Não deixarei que cantes
O meus olhos falsetes
Com seu olhar soprano
Não ouvirei o conto
Dos teus olhos faltantes
Para meu olhar infante
Nunca haverá encontro
Dos teus olhos foguetes
Com meu olhar luar
Nada que tua retina seca
Mira ou molha ao me olhar
Seu olho a bailar insano
Sem som, sem foco, sem estar
Nada enfoca, nada vê
Nada enfarta, nada crê
Nada, nada, nada
Água, água, água
Água de olho é lágrima
Lágrima turva o olhar
Não deixarei que encontres
Lágrima, água, retina, luar
Olho que nada crê
Nada projeta pra fora
Nada projeto vigora
Alucinação
Anunciação
Tudo olha
Nada vê